quem sou eu

16.10.06

nova moradia


depois da curva, a via



depois do arco, a casa

15.10.06

domingo, pé de caximbo

Agora que não há pressa, é tudo aqui, como sempre. Tão desejado e imaginado, é tudo silêncio e pássaros no cèu. Nunca a vida foi tantas lembranças. "Pelo portão que escorre a calmaria" abre-se a janela de um novo dia, limpo ar, fresco e puro. Retira-se o tempo, se dorme de olhos semi-abertos e a cada amanhecer, a sensação de estar livre de um futuro comprimido por expectativas, jà o è. Se faz presente, revela seu significado a cada instante.
E de muitos desses instantes se alimenta todo dia. No entardecer sente como se seu coração balançasse com o vento, com a cantiga cantada pelos amigos que estão longe. Pela falta que faz não ter a família em casa, comida cheirosa e quentinha na mesa. Sentada no muro com o horizonte equilibrando-a sem deixá-la cair, vê os dias passarem tranquilamente. Sabe que as mentes do outro lado do oceano estão pensativas também. Sabe que sua escolha de estar neste muro, sozinha, lhe trará força, sabedoria, mesmo que tenha que sentir dor antes que receba tudo isso. Mesmo que precise chorar e deixar as lágrimas escorrerem em abundância para limpar a saudade que ainda prevalece.
Com tudo que tem vivido, com outras línguas que anseiam por comunicar-se, com novos sabores da peculiar cozinha estrangeira, com novos sons, novos olhares, novos desafios e uma arquitetura imensa a observar, ela sente-se um grão de areia neste domingo. Tão pequenina e condensada.