Calada vem a boca 
Suave descem as mãos 
na espinha dorsal 
feita de 
blocos de desejo 
O calor cresce negro, 
logo se interrompe. 
Longa pausa: um abraço 
Entrelaço de órgãos que meditam 
No peito 
deitada repousa a cabeça 
Os cílios quase dormem 
um sono profundo 
Depois da bebida, 
a dança de todos os dedos 
Movimento. 
Pés combinam passos 
sem tempo marcado 
São horas de pura anestesia 
De clarinete regando 
flores de um baile noturno 
Lirismo no coração abandonado 
fugindo da vida 
Ouvimos música e 
visitamos jardins de imagens 
Pisamos em ramos molhados 
Colhemos pétalas 
aos poucos 
Beijamos a luz do sol na escuridão 
e a sorrir, 
aurora pra todos.
 
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