Houveram dias inexpressáveis, um exagero imensurável com a preocupação linguística. As palavras sempre foram muito especiais pra mim, as escolho com cautela para que possam soar suavemente aos ouvidos de outrem. As palavras tem o poder de traduzir e tornar um pouco menos abstrato tudo que se passa na minha mente incansável de fantasiar e ansiosa por pensar em tudo que faz sentido.
Mas quando uma lingua que não a tua te circunda e tu passas a te preocupar com a forma dessa lingua e não com conteudo que há dentro de ti, um bloqueio feito de aço e pedras pesadas se apropriou de meu espaço interno e fez com que o silêncio permanecesse em todas as rodas de falantes. Enquanto todos exprimiam o que quisessem porque falavam sua lingua, eu ficava tentando construir a estrutura perfeita pra exteriorizar meus pensamentos que a certo momento, se encontravam submersos e sufocados pela rigidez da estrutura linguística.
Realmente, depois de um mês longe da madrelingua, falta-me vocabulário pra aprofundar qualquer conversa de bar. Todo dia faço o exercicio de memorizar palavras novas, utilizar a flexão dos verbos e seus pronomes, procurar no dicionário os termos que me parecem convenientes...mas isso cansa a beleza de qualquer poesia. O exercício agora será como não dar demasiada atenção à forma, e sim à originalidade do que pensa o cerebro.
Talvez não exista formula alguma, talvez eu precise de uma ervinha pra relaxar...puxa, acho que é isso que me falta. Mais que palavras, as idéias flutuantes, leves como dantes...
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