Se a vida fosse uma canção, cantaria com toda a vontade que a amizade é como um botão de flor que desabrocha quando chega a primavera, que sabe o valor de uma estação e inspira com prazer os perfumes que traz o vento.
No refrão, cantaria que a amizade sabe bem o quanto dura um tempo, sabe que os periodos distantes sao feitos de inverno, neve branca que cobre a vida, palavra petrificada pelo tapete de neve.
Como uma canção de amor, cantaria que o amor de um amigo não morre jamais, apenas repousa quando o tempo nao o permite viver com intensidade e respiros profundos; apenas acorda com o sopro de voz vindo do coração distante, a luz volta a iluminá-lo e o amor transparece na amizade em renascimento.
E como uma verdadeira canção, jamais deixaria de ser entoada. Uma vez cantada, resta encantada por mais de uma vida.
quem sou eu
22.8.08
20.8.08
horas
o que mais ela quer quando fica escrevendo no escuro? ela fica remontando as estorias de seu passado, com se fossem unicas e devessem prevalescer. quando ela fica horas e horas assim, martelando palavras e arrancando pensamentos, o tempo presente nem existe. nao existe luz, nem pessoas, nem sentimentos, nem obrigacoes. quando para de escrever o mundo desaba em sua cabeca e ela lembra-se de quem e', de quem ainda nao foi e fica remoendo sua falta de animo pra fazer as coisas. ela escreve o que sabe fazer bem feito. ela conta nos dedos as habilidades que tem. depois se cansa e vai ler qualquer outro assunto que lhe seja interessante. mesmo quando le, se ve nas entrelinhas e busca nao parecer conformista, sentada diante de paginas enquanto tenta nutrir sua mente com informacoes que lhe sejam de grande sabedoria.
depois volta a sentar-se e escrever. pergunta-se o por onde deixou escapar a sabedoria de engrandecer o tempo. primeiro responde 'a pergunta do que seria engrandecer o tempo e repete a si mesma que e' dedicar-se as coisas que lhe sao importantes naquele caminho que esta' percorrendo. depois questiona porque deixou a sabedoria de engrandecer o tempo escapar se, afinal, ve diante de si todo o tempo do mundo. talvez ela responda que esta' confusa, que nao sabe pra que lado ir. talvez ela responda que esta' estudando as possibilidades. ainda assim ela argumenta que ainda havera' o tempo de colheitas. e no fundo de tudo que escreve, ela aceita que so' quer escrever.
depois volta a sentar-se e escrever. pergunta-se o por onde deixou escapar a sabedoria de engrandecer o tempo. primeiro responde 'a pergunta do que seria engrandecer o tempo e repete a si mesma que e' dedicar-se as coisas que lhe sao importantes naquele caminho que esta' percorrendo. depois questiona porque deixou a sabedoria de engrandecer o tempo escapar se, afinal, ve diante de si todo o tempo do mundo. talvez ela responda que esta' confusa, que nao sabe pra que lado ir. talvez ela responda que esta' estudando as possibilidades. ainda assim ela argumenta que ainda havera' o tempo de colheitas. e no fundo de tudo que escreve, ela aceita que so' quer escrever.
distantes na linha
Um dia eles se falaram por telefone e suas vozes estavam distantes na linha. Cada uma vinha de um lado da estrada que percorriam, cada uma tinha um timbre tao delineado que criava certa melodia. Nao tiveram muito tempo para prosear, trocaram algumas palavras e seguiram seus rumos.
-Fico contente e um pouco triste talvez...
-Por que triste?
-Ah difícil dizer meu caro, a tristeza é senhora...
-Eu estou um pouco triste também
-Acho que eu sinto a sutil brisa desse entristecer,de algo tão bonito. Certa vez eu te disse: "Eu não o toco, para mim ele é sublime, quase um anjo", lembra-se? Vejo que palavras soltas são asas voando em muitas direções [pausa - suspiro]
A paixão revira, por mais que inspire.
- Eu sabia que isso aconteceria. Pude prever nos meus sonhos. Mas sabes tambem que sou um ser quase desprovido da razão, por isso danço.
-Dançaríamos assim
-Já dancei na noite do sim
- E eu na noite sem fim
-Na tarde do talvez [pausa]
Na manhã nasceu enfim,o sol do querubim
cujas asas caíram-se ao voar antes mesmo que pudesse sentir o peso da gravidade e a dor de uma saudade.
-Pois bem, nao temos outra saida, o tempo é o mágico da vez e ha muita agua no mar que existe entre no's.
-Adeus
-Ate' breve.
Despediram-se em silencio.
Lanca-se a brisa de quem ama e dança.
-Fico contente e um pouco triste talvez...
-Por que triste?
-Ah difícil dizer meu caro, a tristeza é senhora...
-Eu estou um pouco triste também
-Acho que eu sinto a sutil brisa desse entristecer,de algo tão bonito. Certa vez eu te disse: "Eu não o toco, para mim ele é sublime, quase um anjo", lembra-se? Vejo que palavras soltas são asas voando em muitas direções [pausa - suspiro]
A paixão revira, por mais que inspire.
- Eu sabia que isso aconteceria. Pude prever nos meus sonhos. Mas sabes tambem que sou um ser quase desprovido da razão, por isso danço.
-Dançaríamos assim
-Já dancei na noite do sim
- E eu na noite sem fim
-Na tarde do talvez [pausa]
Na manhã nasceu enfim,o sol do querubim
cujas asas caíram-se ao voar antes mesmo que pudesse sentir o peso da gravidade e a dor de uma saudade.
-Pois bem, nao temos outra saida, o tempo é o mágico da vez e ha muita agua no mar que existe entre no's.
-Adeus
-Ate' breve.
Despediram-se em silencio.
Lanca-se a brisa de quem ama e dança.
16.8.08
Flor em caule
Ter-te por perto 'e como acordar no meio da noite depois de um sonho bonito, um sonho de encontro de almas e sorrisos, apenas gestos e olhares, sem palavras. Ter-te por perto 'e abrir os olhos no silencio desta noite e sentir-te proximo, acariciando meus cabelos depois do sonho.
Levanto-me pois despertei-me com tua presenca. Intuo onde ela possa estar nesse momento. Abro a cortina e vejo que esta' amanhecendo. O ceu a leste tem um tom de azul que vai clareando pelos telhados das casas de ruas vazias, umidas e silenciosas. Te sinto ao amanhecer como quando da tua presenca ha poucos dias atras. Olho para baixo, desta mesma janela e avisto a unica flor cujo caule comprido sustentam petalas roseadas bem no canteiro ao lado de casa. A unica flor da rua, bem ao lado da minha janela, da minha nova janela, da minha mais nova casa.
Logo que cheguei, enquanto ainda caminhava pela rua, pensava qual seria a nova casa, ja que todas desta rua sao iguais ou muito parecisas, com algum ornamento na porta que as distinguem de outras portas de outras casas. Avistei a flor e a voz dele que me trazia: "Estamos chegando". -"E' aquela com a flor" pensei. Mas nao era, e sim a casa ao lado. Olho a flor novamente. Agora ela balanca levemente. Talvez seja um pequeno sopro de vento, talvez seja a tua presenca presenteando-me na primeira aurora desta vida deste lado de ca'. Lembro-me dos ceus que percorremos intensamente, dos dias amarelos em que tua musica soava suavemente pelos labirintos meus.
Ter-te por perto e' sentir a respiracao macia, o ar que perpassa por cada orgao, que entra e que sai, preenche e logo esvazia, na sutilidade da expansao, como se expande a luz do amanhecer, calmamente com a plenitude e a beleza de cada instante, de cada parte pequena do corpo, de cada nota na sua infinidade de som.
a flor parece erguer-se em direcao 'a luz que renasce nesta hora de comeco de dia, cuja vastidao vai cedendo lugar ao ceu escuro e misterioso da noite anterior. Os segredos que a noite guarda desmancham-se na sua luz, a luz da aurora.
Miro o fim da rua, l'a de onde o clarao comeca a amarelar-se. Hoje sera' dia de sol. Ter-te por perto e' como sentir a luz; vibrante, necessaria e verdadeira.
Levanto-me pois despertei-me com tua presenca. Intuo onde ela possa estar nesse momento. Abro a cortina e vejo que esta' amanhecendo. O ceu a leste tem um tom de azul que vai clareando pelos telhados das casas de ruas vazias, umidas e silenciosas. Te sinto ao amanhecer como quando da tua presenca ha poucos dias atras. Olho para baixo, desta mesma janela e avisto a unica flor cujo caule comprido sustentam petalas roseadas bem no canteiro ao lado de casa. A unica flor da rua, bem ao lado da minha janela, da minha nova janela, da minha mais nova casa.
Logo que cheguei, enquanto ainda caminhava pela rua, pensava qual seria a nova casa, ja que todas desta rua sao iguais ou muito parecisas, com algum ornamento na porta que as distinguem de outras portas de outras casas. Avistei a flor e a voz dele que me trazia: "Estamos chegando". -"E' aquela com a flor" pensei. Mas nao era, e sim a casa ao lado. Olho a flor novamente. Agora ela balanca levemente. Talvez seja um pequeno sopro de vento, talvez seja a tua presenca presenteando-me na primeira aurora desta vida deste lado de ca'. Lembro-me dos ceus que percorremos intensamente, dos dias amarelos em que tua musica soava suavemente pelos labirintos meus.
Ter-te por perto e' sentir a respiracao macia, o ar que perpassa por cada orgao, que entra e que sai, preenche e logo esvazia, na sutilidade da expansao, como se expande a luz do amanhecer, calmamente com a plenitude e a beleza de cada instante, de cada parte pequena do corpo, de cada nota na sua infinidade de som.
a flor parece erguer-se em direcao 'a luz que renasce nesta hora de comeco de dia, cuja vastidao vai cedendo lugar ao ceu escuro e misterioso da noite anterior. Os segredos que a noite guarda desmancham-se na sua luz, a luz da aurora.
Miro o fim da rua, l'a de onde o clarao comeca a amarelar-se. Hoje sera' dia de sol. Ter-te por perto e' como sentir a luz; vibrante, necessaria e verdadeira.
1.8.08
fios
deita na beleza
que sabe apreciar o coracao.
desliza na cama de sementes;
nela a alma encontra descanso
os dias sao ensolarados
passam com sopro de vento.
revelam os passos em silencio;
calam alguma dor
rastejam lembrancas,
serpentinam memorias lentas.
o amor renasce;
tem gosto de uva
saboreia a saudade,
experimenta a liberdade.
ralenta os anseios;
serena a conquista
beleza
raridade
que sabe apreciar o coracao.
desliza na cama de sementes;
nela a alma encontra descanso
os dias sao ensolarados
passam com sopro de vento.
revelam os passos em silencio;
calam alguma dor
rastejam lembrancas,
serpentinam memorias lentas.
o amor renasce;
tem gosto de uva
saboreia a saudade,
experimenta a liberdade.
ralenta os anseios;
serena a conquista
beleza
raridade
Assinar:
Postagens (Atom)