quem sou eu

20.8.08

distantes na linha

Um dia eles se falaram por telefone e suas vozes estavam distantes na linha. Cada uma vinha de um lado da estrada que percorriam, cada uma tinha um timbre tao delineado que criava certa melodia. Nao tiveram muito tempo para prosear, trocaram algumas palavras e seguiram seus rumos.

-Fico contente e um pouco triste talvez...
-Por que triste?
-Ah difícil dizer meu caro, a tristeza é senhora...
-Eu estou um pouco triste também
-Acho que eu sinto a sutil brisa desse entristecer,de algo tão bonito. Certa vez eu te disse: "Eu não o toco, para mim ele é sublime, quase um anjo", lembra-se? Vejo que palavras soltas são asas voando em muitas direções [pausa - suspiro]
A paixão revira, por mais que inspire.
- Eu sabia que isso aconteceria. Pude prever nos meus sonhos. Mas sabes tambem que sou um ser quase desprovido da razão, por isso danço.
-Dançaríamos assim
-Já dancei na noite do sim
- E eu na noite sem fim
-Na tarde do talvez [pausa]
Na manhã nasceu enfim,o sol do querubim
cujas asas caíram-se ao voar antes mesmo que pudesse sentir o peso da gravidade e a dor de uma saudade.
-Pois bem, nao temos outra saida, o tempo é o mágico da vez e ha muita agua no mar que existe entre no's.
-Adeus
-Ate' breve.


Despediram-se em silencio.

Lanca-se a brisa de quem ama e dança.

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