Para além da vidraça, alguém medita.
As cortinas esvoaçantes encobrem
o traço da sombra que perpassa.
O cão está do lado de fora
em segundos olha a vaguidez
do ar cálido da rua deserta,
deita a cabeça sobre as patas
e tem sob si o chão árido
Parece que pensa com a nitidez
de um ser que percebe
a insensatez que se apresenta
quando um amigo se ausenta
Com olhos cabisbaixos
diante de um céu de outono
inspira lento na tarde vazia
nem sinta talvez
o desalento que no homem suscita
É apenas um cão.
suspira a existência de um tempo?
simplesmente vive, porém
nada além.
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