vai caindo assim, de pouquin em punhadin
leve como pluma, branca como nuvem
devararin vira um montão
cara de algodão
traz branda sensação
de estar no deserto
e sozinho no mundo
frágil diante de tanto gelo,
completamente suscetível
ao que o céu imenso
tem pra oferecer;
o vazio de cor
o silencio dos pontinhos
brancos em movimento
a temperatura tão baixa
que o corpo luta
dentro
para aquecer
resplandecer
não adormecer
e nesse incessar do corpo
não querer se calar frágil
não podendo vencer o tempo
nem se render à poesia
da ausencia de luz no fim do dia,
todo um coração se enternece,
vai balançando como os flocos de neve
de um lado para o outro,
numa lenta dança que sempre acontece
e vai deitar-se nos outros pontinhos brancos
que já se achegaram de outro ceu,
deita macia no todo
em cima de outros todos
dentro porém o edredon branco como a neve
chama por aquele mesmo corpo
pequeno diante da imansidão,
clama no pé do ouvido baixinho
acariciando os sonhos
a levidade do sono
que invade os olhos
quando a paisagem branca olha.
deita um corpo. sonha no sonho.
ao acordar, vê o branco no escurecer.
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