quem sou eu

6.3.12

bem dentro dos olhos ele me olha

com vontade de carinhos que não fez

com desejos insinceros que não afagou

--sinceros a si mesmo--

invisível a outros olhares

e portanto fantasma para quem não os pode ver

amar e esconder

é feito chuva no sertão,

nunca basta.

não sei qual dor dele se apossa

de nunca poder dizê-la

fico esperando que pronuncie

mas não o quero fazer temer

a sua verdade é aquela que é

aceitar nem sempre brota na alma

há quem aceite receber,
há quem aceite doar.

eu não sei como fazê-lo feliz

e notar que nada em mim desconfia

muito além,

vê a alma passiva.

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