quem sou eu

20.8.14

Arboles Magicas

Saudade
risca no peito
rasga um pedaço da carne,
do corpo, da alma.
a dor apropriando-se de um espaço
de aço, nas pernas um cansaço -
como o vazio que a morte ocupa,
imenso vácuo feito de vento -
tormento, calma e pouco além.
um dia plantaram uma semente,
cresceria a árvore do desapego
verde como a sabedoria
e nela se subiria sempre que o tempo
se fizesse soberano.
seu tronco porém, alongado se fez
suas raízes bem profundas
e sua copa, lentamente o céu beijou.
nela um corpo se moldaria
sobre firmes galhos da não lembrança,
para que não se sentisse dissabor
de qualquer memória distante.
Contudo, essa árvore
que um dia ousara ser plantada no meu jardim,
está intacta
quem nela se empoleirar
há de sorrir que toda uma saudade
ofuscar-se-á como a visão quando
na luz do sol penetra;
quem nela subir, há de se considerar
um vitorioso das saudades bruscas
que batem como ondas
de ressaca de um temporal.
E sem qualquer aparato,
sem cordas, escadas,
caixotes sobre pedras,
ou pano esticado,
a não ser pelos próprios braços,
quem nela um dia estiver,
lá no alto, há de ter o aconchego
como num passe de mágica,
de sentir saudades com moderação-
uma pitada de paz pra um coração.




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