quem sou eu

29.1.24

Regresso XV

Quinze! Ja se somam 15! Me lembro da primeira chegada, no Picadilly line, as casas cinzentas como o céu, o som das portas do metro, as pessoas quietas. A partida de Heathrow é lenta, a mudança em Green park, caminhada. Fazia bons anos que nao regressávamos de metro, acho que pra mais de 6. E me lembro bem de como pensava: que lugar é esse que nao me traz euforia? Que lugar é esse quieto e reto? E no metro de hoje, eu sei bem que lugar é  esse, e o sentimento é um tanto parecido, brando.


Chegar em casa é sentir o cheiro do velho conhecido. A casa fria, porém limpa, o sono caindo nas pálpebras. Acordar e pedir sushi. Acordar e guardar as roupas dela. Limpar as gavetas, o cabideiro, pegar as bonecas, ouvir suas conversas, curtir suas risadas...ela fica feliz quando chega, Luara. Dessa vez não perguntou de ninguém. Eu com o coração murchinho sempre fico ali, escorre uma lagrima e outra e me olho na descrença de ainda continuar a repetir um hábito que não alimenta minha alma. Que se faz necessario por algum processo cármico, mas que me distancia de minha conexão mais profunda com o que eu acredito que seja essêncial pra minha vida.


O regresso é conhecido, feito sem festejo. E me pergunto, mas se na vida não for o festejar, o que será? Encontrar os amigos assim que der, casamento desatado. Na esperança de ter todos os nós também desatados.


Jan 2024

Nenhum comentário: