quem sou eu

11.1.09

Terra de Santo

Há lembranças
que os corpos eternizam
com a sutileza
de uma ponta de luz,
minuciosa luminosidade
dentro de uma imagem
longíqua
quase dissolvida,
quase renascida
na sensação que
toca - com dedos
de cetim, -
um desejo que um dia
persistiu.

Quando o sol imperiou
sob a rosa-bahía,
cintilaram-se os pêlos do corpo todo
ao brilho do amanhecer.

Era ano quatro.

Na cama, um pássaro
me cantou seu hino de estupor,
veio trêmulo e esmiuçado
de pequeno pavor.
Mesmo triste, bonito soou.

Foi a cantiga da claridade
de mais um dia
em terra de Santo.

Nenhum comentário: