quem sou eu

8.10.09

Turquia I

Seguimos rumo ao Oriente. Na verdade, exatamente na divisa de terras, entre o canal que divide as terras ocidentais e orientais; verso norte esta' o Mar Negro e verso sul o Mar Marmara que se encontra com o Mar Mediterraneo pelo oeste. Terras antigas dos livros de historia, terra conquistada pelos romanos, chamada de Bizantina, a grande capital do comercio no Oriente, enquanto Roma se expandia no Ocidente. Terra que apos mil anos de ocupacao romana foi conquistada pelo povo otomano, e logo o novo imperio se reestabeleceu. Imperiavam os sultoes, como grande senhores feudais que comandavam o territorio e detinham a maior parte da riqueza.

Terras pelas quais passavam tantos navegadores...quantos barcos por ali passaram para trocar ou levar mercadorias, quantos negociadores estiveram a fazer render suas moedas e quanta prata e ouro encontraram, quantas pedras preciosas, tecido, ornamentos, temperos, pimenta, cafe, cha, quanto dessas coisas todas foram produzidas e vendidas nesta terra? Ainda hoje o sao. Terra das mercadorias, infinitas vitrines exibindo joias, colares, aneis, rubi, turquesa, perola, jade, ambar..serao realmente verdadeiras todas as pecas? Sendo ou nao, brilham, reluzem uma beleza de encher os olhos, enfeitam as calcadas, os bazares, as vielas.

Alem das joias, os tapetes imensos e coloridos, diz-se que sao feitos de seda e muitos bordados 'a mao. Serao mesmo? Colorem as ruas, paredes, jardins, varandas, pracas, ficam pendurados em qualquer muro arcaico com tijolos imensos, contribuem para um cenario particular e se tornaram a marca registrada do pais turco. Alguem menciona Turquia e a memoria, mesmo que ainda nao tenha conhecido este lugar, logo ve cores e objetos, mercado, troca, interesse, venda, barganha, pechincha.



Istambul vista por quem navega e' encantadora



Saindo do aeroporto, logo vimos nosso nome no cartaz do taxista que nos esperava. Ele murmurou um "one minute" e mais oito pessoas seguiram para a van. Outro rapaz veio acomodar as pessoas e suas bagagens e ali notamos que a comunicacao era baseada em gestos. Uma rapida comuncacao com o olhar e mais gestos. Do aeroporto 'a cidade, entre uma cochilada e outra, chegamos 'a ponte de Bosphorus para atravessar o canal divisor de aguas e terras. Finalmente Istambul diante de nossos olhos. Muitos navios pelo canal, muitos carros pelas ruas, pessoas caminhando, transito, buzinas, ultrapassagens rapidas.

A chegada ate' o hostel foi demorada. Passamos por varios bairros ate' chegarmos ao que ficamos hospedados; uma tranquila viela com ruas de pedra no antigo centro historico Sultanamneth - literalmente o bairro dos sultaos, onde se concentram os maiores palacios e mesquitas.Um senhor muito gentil e muito simples (com poucos dentes na boca) nos recebeu. Chamava-se Oman e aqui a comunicacao continuou gestual. Poucas palavras e as mimicas nos divertiam.

Da janela do nosso quarto vemos a cupula de uma mesquita e mais a frente o Mar Marmara. Em poucos minutos ouvimos a primeira "ladainha", momento de oracao islamica advinda dos auto-falantes na torre das mesquitas. Se ouve a melodia bem proxima e outras mais ao longe, numa mistura de melodias repletas de microtons - tons menores que os meio-tons (intervalos entre uma nota e outra) presentes na musica ocidental. Os micro-tons estao muito presentes na musica do oriente, principalmente musica arabe e grega. Contudo, aos nossos ouvidos desacostumados, soam como uma especie de gemido. A "cantoria sagrada" -como optei por chamar, para nao confundir com as ladainhas catolicas, dura em media 3 a 5 minutos e depois o silencio (ou o barulho do transito) volta a imperar na cidade.

A ponte


Vista da janela do nosso quarto

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