Ando precisando de poesia. De homens poetas que saibam rimar e descombinar versos;
de homens que saibam usar as palavras como sabe combinar cores uma mulher;
preciso de versos de quem se joga na noite, sonha de olhos abertos, dorme olhando pra lua, senta com a poltrona virada pra janela, cozinha e faz uso de ervas caseiras preferencialmente plantadas no horto dos fundos;
tenho sede de versos doces e descabelados; de versos picantes e desarmados; de versos trágicos e encantados.
Quem mais poderia um verso me oferecer senão os poucos poetas que vim a conhecer? O Bandeira carrego na bolsa, o Drummond pousa na estante, o Pessoa na cabeceira da cama, o Sabino sempre pra lá e pra cá. Mas eles estão empaginados. Tesouro de paginas, sim sabemos. Mas os vivos poetas, de carne e osso e olhos que me olham, esses quero provocá-los. Deles receber poemas diários, feitos no supetão da inspiração, no estimulo da vontade, na desgraça da tristeza, na dor de quem se sente magoado, na felicidade de quem ama com simplicidade.
Alguém? algum? sim, alguns, graças a deus. Sempre das duas mesmas pessoas, que os outros parecem não ter coragem. Ou dignidade pra fazer a coisa mesmo.
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