quem sou eu
15.9.08
14.9.08
Foram longos os poucos dias
Canta a alma
embebida de luz
na varanda com sol.
Fita as folhas dancando
por detras do muro branco,
estao banhadas pelos raios
amarelecidos de uma estacao
que chega ao fim.
O verao foi suave,
dias claros na retina
vespertina.
Foi salpicado de briza
varrendo o ceu
sutilmente
como uma renda de nuvem
transparente.
O calor brando tocou
a pele, mao de seda
acariciando a nuca
num leve sopro;
os fios de cabelos
rocando as orelhas;
o coque ao topo da cabeca
enrolado com um laco de flor
tomando vento.
Numa manha de verao
colheram rosas e lirios
e enfeitaram a mesa
da cozinha.
O cha fumegante
na xicara ao lado do vaso
envolveu os aromas-
as ervas, as flores.
Sempre alguem oferecia
cafe.
Sempre em dia de sol
moviam-se com liberdade
os pes,
nus, umidecidos.
Foram longos
os poucos dias quentes
da estacao que traz
estado de euforia.
Aqui na ilha de nuvens chuvosas
e' raridade azular
por dias sucessivos,
e' como sombra no deserto,
quando se lhe avista,
tao rapido o corpo
dela se aproxima.
Hoje o sol atravessou
os telhados, saltou os muros,
espiou por entre as frestas,
apoiou-se nos cilios,
sagradamente
irradiou sanidade.
embebida de luz
na varanda com sol.
Fita as folhas dancando
por detras do muro branco,
estao banhadas pelos raios
amarelecidos de uma estacao
que chega ao fim.
O verao foi suave,
dias claros na retina
vespertina.
Foi salpicado de briza
varrendo o ceu
sutilmente
como uma renda de nuvem
transparente.
O calor brando tocou
a pele, mao de seda
acariciando a nuca
num leve sopro;
os fios de cabelos
rocando as orelhas;
o coque ao topo da cabeca
enrolado com um laco de flor
tomando vento.
Numa manha de verao
colheram rosas e lirios
e enfeitaram a mesa
da cozinha.
O cha fumegante
na xicara ao lado do vaso
envolveu os aromas-
as ervas, as flores.
Sempre alguem oferecia
cafe.
Sempre em dia de sol
moviam-se com liberdade
os pes,
nus, umidecidos.
Foram longos
os poucos dias quentes
da estacao que traz
estado de euforia.
Aqui na ilha de nuvens chuvosas
e' raridade azular
por dias sucessivos,
e' como sombra no deserto,
quando se lhe avista,
tao rapido o corpo
dela se aproxima.
Hoje o sol atravessou
os telhados, saltou os muros,
espiou por entre as frestas,
apoiou-se nos cilios,
sagradamente
irradiou sanidade.
7.9.08
Universos que nao nos pertencem
Estar em outro pais e' escutar historias que lembram aqueles filmes sobre a vida de alguem que ja se enfiou no fundo do abismo, com dias initerruptos de drogas injetaveis, os olhos revirando numa euforia descartavel que se lanca incontrolavelmente no jardim de alucinacoes mirabolaveis, depois rasteja incondicionalmente fincando suas garras na pele de quem precisa consumir uma outra porcao, os olhos nunca voltam ao seu branco aparente, riscos avermelhados estilhassam nas suas janelas. Alguns anos podem se passar sem que um dia limpo possa intervir na lembranca de quem soube o que era estar em paz. Pode-se tropecar com passos cambaleantes que amolecem as pernas, curvam a coluna, fazem o corpo espiralar quando um sorriso relaxado invade a feicao de quem quer passar seus estados de extase fora do universo comum, nao importa onde esteja, se o palco de suas realizacoes for um liquido que faz seu corpo extremecer, vibrar numa compulsao louca de uma energia exorbitante.
Um corpo pode ser esvaziado e ceder lugar a uma apropriacao de qualquer especie. Seus labirintos sao explorados com as toxinas que lhe possam trazer sensacoes indescritiveis, e a vida pode virar um trunfo de sensacoes que nao cabem em palavras, uma alternancia de dor e cor, parece que tudo brilha e ofusca os olhos, parece que tudo fica palido e sombrio, quando o peso do corpo cede 'a gravidade do chao umido e frio, e as pernas ficam desordenadas como se nao fizessem parte de um conjunto harmonioso que e' o corpo humano.
Quando ouve-se as historias de vidas que sugaram o verde-escuro de frias estacoes do ano, a mente recria o filme das cenas mais confusas tecendo as verdades que nunca se completam porque sao ilusoes na cabeca de quem delira. Depois de um tempo vem a fragilidade, o caos, o inferno queimando todas as veias que ardem incessantemente. A dor que tambem alucina, o grito da angustia, o sofrimento de alguem que nao sabe mais onde foi parar sua vida.
Alguem reconta uma tragetoria e ainda esta' jovem, mas sente o estremecer de um passado recente e borrado com cores indefinidas. Esse mesmo alguem busca respirar, olha o passado com receio de ter envelhecido muitos anos e lembra-se da dor com um fio de remorso sobre si mesmo.
O mundo interno traz tantos universos que nem sempre nos pertencem.
Um corpo pode ser esvaziado e ceder lugar a uma apropriacao de qualquer especie. Seus labirintos sao explorados com as toxinas que lhe possam trazer sensacoes indescritiveis, e a vida pode virar um trunfo de sensacoes que nao cabem em palavras, uma alternancia de dor e cor, parece que tudo brilha e ofusca os olhos, parece que tudo fica palido e sombrio, quando o peso do corpo cede 'a gravidade do chao umido e frio, e as pernas ficam desordenadas como se nao fizessem parte de um conjunto harmonioso que e' o corpo humano.
Quando ouve-se as historias de vidas que sugaram o verde-escuro de frias estacoes do ano, a mente recria o filme das cenas mais confusas tecendo as verdades que nunca se completam porque sao ilusoes na cabeca de quem delira. Depois de um tempo vem a fragilidade, o caos, o inferno queimando todas as veias que ardem incessantemente. A dor que tambem alucina, o grito da angustia, o sofrimento de alguem que nao sabe mais onde foi parar sua vida.
Alguem reconta uma tragetoria e ainda esta' jovem, mas sente o estremecer de um passado recente e borrado com cores indefinidas. Esse mesmo alguem busca respirar, olha o passado com receio de ter envelhecido muitos anos e lembra-se da dor com um fio de remorso sobre si mesmo.
O mundo interno traz tantos universos que nem sempre nos pertencem.
5.9.08
ode aos amigos
os amigos me cantam as melodias que trazem fe'
os amigos pintam palavras que se combinam e soam poesias a serem ouvidas;
os amigos enfeitam o muro das lembrancas com ornamentos reluzentes
e grafitam os desenhos de vidas que sao possiveis num aceno de maos;
os amigos criam versos e rimas que nitidamente pousam no livro de nossas parcerias;
os amigos recitam poemas de alem-mar, que trazem o verde aperolado do extenso oceano salgado;
os amigos perfazem cada qual seus caminhos e receitam a sabedoria de compartilhar cada lagrima partida, cada sorriso que espartilha;
os amigos intuem o anseio daquele que precisa de suas sabedorias, qualquer novidade do dia, o minimo que se conquista;
os amigos glorificam sua presenca, mesmo no espaco de uma atemporal ausencia.
os amigos
sao como jasmins perfumando a janela que se abre pro quintal;
sao luas eternas nas fases que se alternam entre o universo e a terra;
sao gotas de diamante que regam o solo sedento de novas sementes;
sao todos os sentimentos que prosperam no olhar quando lhes abraco, no beijo quando lhes toco, no dialogo quando lhes confidencio.
aos amigos escrevo e agradeco.
os amigos pintam palavras que se combinam e soam poesias a serem ouvidas;
os amigos enfeitam o muro das lembrancas com ornamentos reluzentes
e grafitam os desenhos de vidas que sao possiveis num aceno de maos;
os amigos criam versos e rimas que nitidamente pousam no livro de nossas parcerias;
os amigos recitam poemas de alem-mar, que trazem o verde aperolado do extenso oceano salgado;
os amigos perfazem cada qual seus caminhos e receitam a sabedoria de compartilhar cada lagrima partida, cada sorriso que espartilha;
os amigos intuem o anseio daquele que precisa de suas sabedorias, qualquer novidade do dia, o minimo que se conquista;
os amigos glorificam sua presenca, mesmo no espaco de uma atemporal ausencia.
os amigos
sao como jasmins perfumando a janela que se abre pro quintal;
sao luas eternas nas fases que se alternam entre o universo e a terra;
sao gotas de diamante que regam o solo sedento de novas sementes;
sao todos os sentimentos que prosperam no olhar quando lhes abraco, no beijo quando lhes toco, no dialogo quando lhes confidencio.
aos amigos escrevo e agradeco.
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