quem sou eu

27.4.11

Riso da liberdade

Jogou fora muitas cartas de amor. N]ao soube ao certo que sentimento lhe veio à tona para tal ato, tão decidido, pouco pensado e, de instantaneo, resolvido. Enquanto as relia rapidamente, ria de alguma coisa que não era mais verdade. Tudo havia passado. Os medos, as vontades proibidas, a dor, a paixão vermelha, o tesão guardado - ou consumado. Ria da  liberdade de não mais sofrer. Ria das palavras que escolhera escrever em suas cartas, fina ironia feminina, aos poucos insinuava sutilmente, que tudo estaria bem naquele momento, quando na verdade sentira vontade morrer.

Sim, ela lembrou-se, sem culpa, dos foguetes que já se foram. E apagou muitas cartas, sem dó, nem remorso. Os segredos deixaram de ser segredos. E se fossem revelados um dia? Sentiria-se penalizada pelo tempo. Mas agora passou.

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