quem sou eu

31.7.06

como se desmancham os castelos de areia

mais que água de uma onda insana, mais que vento soprando do leste, uma pisada fenomenal na obra com passos pesados de grandes pés.
se disser que o desejo virou grão, talvez seja mentira. se quiser acreditar que uma ilusão tem mais vida prolongada que momento real, não é ficção. a verdade está na atitude de quem a toma. se aparecesse nua, ele certamente arrancar-lhe-ia os cabelos. mas quando está com roupa, finge não vê-la. sai de cena.
sentir a presença no canto do olho seria mais que deleite [a prova de que se pode agradar quando basta estar por perto] mas ele desaparece com elegância e sua sombra luminosa já não pode ser vista na tarde sem sol.
os meninos perdem o melhor de uma paixão, aquilo que arde e explode dentro do ventre. quando não se aproveita, desperdiça-se. fantasia e dor se misturam em cores inflamadas. e num piscar de olhos, adeus amor.

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