Como uma bola de fogo em disparada pra todos os lados dentro de um espaço delimitado, ela toca cada canto deste território feito de matéria palpável.
Escorre solta pela grama verde ou pelas veias enraizadas em muitos corpos e mentes. Acompanha-se seu girar no pé de quem ataca, no pulsar de quem assiste, participa, decide. Ela quase escapa de vista, voa alto, salta do olhar e atravessa a língua que está dominada por essa energia rasteira, cambiante e intensa.
A bola e a adrenalina são irmãs de um momento inflamado, euforia incalculável. Abalam estruturas, rompem linhas imaginárias ou qualquer traço marcado. Perpassam e culminam na rede - do gol, de neurônios. Pra quem assiste, emoção que transpira daquele que chuta a iguaria pro seu destino final. Pra quem sente, os que jogam, tremor veloz turbilhando no campo interno e externo de si. São eles, os que deliram confiantes enquanto uma corrente enlouquecida de vozes ecoa do lado de fora, nas arquibancadas, bancos de devaneios da vida.
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