quem sou eu

24.11.07

grão


caminho da areia, infinito e incessante, caminho dos grãos dourados, de horizonte que megulha nas pupilas do olhar, caminho da estrada que se desmancha, vento de poeira que levanta, marcas das pegadas que se desfazem e o coração fica eterno na lembrança dos passos, a companhia dele que caminhava bem atrás de cada passo seu, sem titubear, esparramando os grãos que a areia desordena, deixando-os escorrer soltos na montanha repleta de memórias de pés, de almas, de céu azul, são as inspirações perfeitas daqueles que se amam, que não se enganam, que atravessam o monte, a areia, e não afundam no pensar, perfazem a travessia sem dor, se com dor, alimentam-se de cumplicidade, abastem-se de água do espírito, dormem abraçados com os sonhos embalados, tecem a certeza dos laços, acordam dentro do sorriso do pleno instante, cama de areia, até se fosse de pedra com os corpos latentes unidos, de pérola seria, qualquer caminho seria o mesmo que eles quisessem trilhar, qualquer deserto preencheria a vastidão de um sonhar, nenhum coração sentiria a solidão de não estar, a verdadeira dor do distanciar.

Um comentário:

Anônimo disse...

Foto do flickr (perda da referência..sorry!)