Já se vinha fazendo, desde antes da partida o tema do regresso que se reinicia.
Desapego, desassossego, destemo, desobedeço, desarremendo. Retomo, retorno, retrocedo, recaio, refaço, recomeço, reentristeço, reencontro, reorganizo, recebo, remendo, revivo, reconheço.
É sempre tudo des-re-sentimento. Quase um luto, despedir-se, partir, esvaziar-se, desconectar-se dos de lá, pai, mãe, irmã, avós dela, as brincadeiras que ela inventa por lá, com quem lá está. Sempre resta o sonho, o regresso para lá enquanto, por hora, repito: regresso, aqui, contando a vez, cada ano, como algo (im)permanente, (im)perfeito, (in)cidente, (i)rreparável, (i)real.
E ao deitar, a vida se faz como um sonho, mar de núvens. Da janela do avião: “é o mar mamae?” - Não, filha, são as nuvens, é um mar de nuvens. Ela observa quieta. Dali a pouco, “Ah estou vendo mamãe, o lago de mar” - "O mar de nuvens né filha!" - “Sim”
Regressar com ela, é um pouco de paz, é presente, dia após dia buscar alegria, encontrá-la em brinquedos, fotos, parques, amizades, é tudo em cada detalhe do dia.
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